segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Práticas Multimidiais - Parte 1



Após a leitura dos slides, gráfico, música e assistir vídeo da música, debater com a turma sobre o consumo indiscriminado de celulares e o que isso pode acarretar em suas vidas.


Práticas Multimidiais - Ensino Médio / Parte 2

Dead Fish - Compra!

Hoje acordei com uma vontade de comprar
pois ontem na TV vi pessoas a pedir
porque eu não sei de nada
mas na verdade finjo nem saber
pois quando estou angustiado eu sei o que vou fazer...

(Eu vou!)
Comprar! Comprar
Meus filhos não vão perceber
Propaganda e marketing vão ser
Sua escolha não vai lhe ensinar nada não,
Nada não!

Não adiantaria pedir, nem apelar por distribuição aqui
Essas pessoas me olham e no fundo
querem ser iguais a mim
Pra que ficar com pena se tenho tudo
que eles querem ter.
No fundo sei que estou errado
mas continuo propagando o poder de ostentar

(Então, eu vou!)
Comprar! Comprar!
Meus filhos não vão perceber,
A escola que ele vai aprender.
Sua escola não vai lhe ensinar,
nada não, nada!

Será que você sabe quanto custa
Sua ânsia de comprar?
Tão infeliz será com tudo que dinheiro
pode demarcar
Seita consumista cega sem saber
Será que ?bens? materiais irão te completar
Não vou distribuir não quero saber
Distribuição? Não!
Distribuição? Não, não, não!

domingo, 16 de janeiro de 2011

 
A cigana não mente 
Todos conhecem a fama das ciganas, elas começam a ler sua mão e vão dizendo que há mais coisas em seu futuro e você vai dando mais dinheiro com o intuito de saber como será sua vida daqui pra frente.
Há alg uns anos atrás em uma cidade do interior gaúcho dois amigos cresceram juntos, perto de uma lagoa no município de Hulha Negra, contavam histórias sobre este lugar, música, gemidos, assombrações, mas isso não impedia que Maneco e Zeca brincassem na tão famosa "Lagoa da Música".
O tempo passou, os amigos crescera e foram separados porque os pais de um deles, foi chamado para servir o exército no Rio de Janeiro e acabaram indo morar numa favela. Lá não dá para se comunicar direito e perderam o contato os dois grandes amigos Até que  Maneco tornou-se advogado e com o sonho de voltar a sua terra casou-se com uma moça muito bela e resolveram montar um escritório na cidade de Bagé, próximo da sua cidade natal.
 Chegando a cidade  Maneco viu que muita coisa havia mudado naquela cidade tão aconchegante onde havia passado momentos maravilhosos em sua infância e a vontade de encontrar o velho amigo estava ainda mais aguçada com a sua volta.Decidiu sair a procura do grande amigo Zeca. Em seu trajeto pela cidade cruzou por uma cigana que queria “ler lá suerte porque aconteceria algo inusitado em sua vida”, o rapaz cruzou por ela e disse que seu futuro a Deus pertence!Comprou um carro e foi até o antigo rancho onde vivia a família do amigo. Lá, Zeca meio desconfiado com aquele carro desconhecido e um homem bem apessoado saiu de dentro de casa olhando de atravessado e Maneco já foi gritando:
_ Zeca, quanto tempo meu amigo! Não estás me reconhecendo? Sou eu, Maneco!
Zeca não acreditando foi se aproximando e viu que realmente era o amigo de infância do qual fazia anos que não via.
_Não acredito! És tu mesmo Maneco? Quanto tempo... achei que nunca mais virias para estas bandas?
Depois de um longo aperto de mão e um abraço, Zeca convidou o amigo para prosear e tomar aquele chimarrão hospitaleiro que só os gaúchos sabem fazer! Passaram horas conversando, mas Maneco havia deixado sua esposa sozinha em casa e precisava voltar para casa. Escreveu seu endereço num pequeno pedaço de papel e convidou o amigo para visitá-lo, Zeca aceitou no ato.
No outro dia Zeca foi até a cidade e procurou o amigo. Ao bater na porta quem o recebeu foi uma mulher muito bela que Zeca até achou que havia errado o endereço, mas se apresentou e perguntou se era ali que morava o Maneco. A moça respondeu que sim e que ela era sua esposa então o convidou para entrar e encontrou Maneco a sua espera. Durante a prosa Zeca disse a Maneco que não acreditava que aquela moça formosa fosse sua esposa. As visitas entre os três eram constantes e Zeca se encantou pela esposa do amigo, trocavam olhares, suas conversas eram sempre muito interessantes até que num belo dia quando estavam a sós seus desejos falaram mais alto e aconteceu um beijo tão esperado pelos dois. Zeca e Dalva não sabendo como olhar para Maneco decidiram não se visitar mais, mas a saudade falou mais alto e começaram a se encontrarem as escondidas. Quando Dalva cruzou pelo centro da cidade fazendo compras deparou-se com uma cigana que dizia “_Deixe eu ler lá suerte em sua mão e saberás sobre o que estás angustiada.”
Dalva estava cruzando por ela até que ouviu isto e decidiu voltar e antes mesmo de Dalva abrir a boca a cigana já pegou em sua mão e foi dizendo:
- hum, vejo uma desgraça em sua vida moça, um lago de sangue. Cuidado!
Mesmo Dalva não acreditando nestas coisas aquelas palavras da cigana tinham apavorado  coração e a deixado mais temorosa que antes. Pagou a cigana com o resto de dinheiro que tinha na carteira e foi logo contar para Zeca o que aconteceu. Zeca riu muito e chamou de louca.
_Imaginas se Maneco te vê falando com uma cigana estaremos perdidos.
Dalva não deu bola para o que disse e foi para casa pensativa e nervosa.
Maneco estava a sua espera e perguntou se tinha acontecido alguma coisa ou se ela tinha notícias de Zeca,  assustada respondeu que não o via fazia tempos e que não tinha idéia do que poderia ter acontecido para ele não mais o visitá-lo. Mas Dalva sentiu que Maneco estava com um ar desconfiado e correu para avisar Zeca do acontecido e pediu que ele voltasse a freqüentar sua casa e até sondá-lo sobre o estava acontecendo. Pensaram em mil desculpas, mas Zeca não queria ir lá não tinha forças para olhar no rosto do amigo.
Um certo dia Zeca recebeu uma mensagem de Maneco o convidando para passar uma tarde no lugar em que cresceram juntos, a Lagoa da Música. Este não sabia o que fazer e ficou descorçoado com tal convite. Pegou sua moto e foi indo pela estrada relembrando as palavras da mensagem que o deixavam muito nervoso. Entretanto, caminhando pela estrada estava a cigana, que Dalva tinha falado, ela  parou, chamando sua atenção. Antes que este falasse qualquer coisa a cigana já disse:
_Estás preocupado com um grande amor!
Zeca concordou e a cigana pegou sua mão e foi dizendo:
_Não tenha medo de amá-la ela também o ama muito, porém, tenha cuidado com o rio de sangue, este sim pode separar o que nunca foi unido.
Zeca, foi se retirando e mudo retornou ao seu destino, os pensamentos não paravam, o coração batia mais forte, e o destino mais perto.
Chegando perto da lagoa, avistou o carro de Maneco, que o esperava sozinho, mais ao longe.
Dalva estava no carro, quando Zeca parou, e foi ao encontro do amigo. Quando mais perto chegava, Maneco rispidamente falou:
_Vocês acharam que podiam me enganar, não é? Estavam com medo que eu descobrisse e cometesse uma loucura?
_Não pense assim Maneco vamos conversar...
Dalva saiu do carro correndo, desesperada  tentou abraçou-se ao amante.
Maneco não deixou nem Zeca se explicar, puxou um revólver da cintura e atirou em Dalva e em si mesmo e tentou acertar no amigo mas, já desfalecendo disse:
_Se eu não a terei mais você também não, seu traidor...
Zeca desesperado tentou salvar seu amor, mas era tarde demais o tiro foi certeiro.
Algum tempo depois encontrou novamente  a cigana, e olhando fixamente para ela disse:
- Cigana, você me disse que eu tomasse cuidado com uma lagoa de sangue, mas você esqueceu de me dizer que o sangue da lagoa era de um grande amor que me custou a dor da perca de um grande amigo.

Baseado no conto "A Cartomante" de Machado de Assis.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O Traíra

Ilustrador do jornal ZH

O TRAÍRA

Final de ano
Grandes expectativas
Ventila na imprensa:
Ronaldinho Gaúcho
Vem pro Grêmio!
Euforia na torcida,
Novos sócios vão chegando
Pra incentivar a contratação.
Trativas, reuniões,
Mudanças de contrato,
Milhões em jogo,
Vem ou não vem?
Torcedores enlouquecidos
Acompanham indignados
minuto a minuto.
Flamengo e Palmeiras,
Entram na jogada
Começa o leilão
Ronaldinho ouve "milhão"
Esquece o time do coração.
E o Flamengo, na pior
levou a melhor!
Mas que se cuide,
Uma vez traíra,
Sempre traíra!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A CARTOMANTE

A disputa entre gremistas e colorados no Rio Grande do Sul é histórica. O fanatismo dos torcedores, muitas vezes chega ao extremo: todo gremista torce para o Grêmio e para todos os times que jogam contra o Inter e vice-versa. Na final do Campeonato Mundial de Clubes em Abu Dhabi, o Internacional, um dos times participantes, parte de Porto Alegre, após grande festa e exposição de filme para a torcida no estádio Beira Rio, muito confiante de mais uma conquista. Entre os torcedores, um em especial, muito fanático, morador de Hulha Negra, trabalhador da Escola Monteiro Lobato: seu Jorge, mais conhecido como Coruja, claro, como sempre confiante na vitória do seu amado time. Mas, como há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia, para se certificar, resolveu consultar uma cartomante, para ver se os astros lhe acalmavam o coração. Chegou na casa da velha senhora a noitinha, se escondendo atrás das moitas para não ser descoberto, todo vestido com a camiseta e seu chapeuzinho do Inter. A senhora mandou ele sentar e logo foi colocando as cartas, dizendo que já sabia o que ele queria saber, mesmo sem ele ter falado nada.
_Olha meu filho, as cartas não mentem, o time campeão do mundo vai ser Inter com certeza. Coruja muito emocionado, chorando de emoção, agradeceu a velha senhora e saiu festejando a vitória antecipada.
No dia da estréia do Inter no campeonato, 14 de dezembro de 2010, desde cedo, Coruja, todo fardado, largava foguetes na frente da escola, anunciando a todos que o Inter seria campeão do mundo. Como o jogo seria as 14h, não foi trabalhar a tarde, pois tinha que ver a partida e torcer, apesar de que o time do Mazembe não apresentava nenhum perigo para seu time. O primeiro tempo foi sem muitas oportunidades, mas o Inter não conseguiu marcar gol. O intervalo foi tenso, mas a vitória estava guardada para o segundo tempo, é claro. No entanto, o Mazembe fez dois gols no segundo tempo e infelizmente acabou com a alegria dos colorados. Coruja desconsolado, se entregou as lágrimas e contou a sua esposa, religiosa e contra qualquer crendice que tinha ido à cartomante e ela tinha lhe garantido que o Inter seria campeão. Sua esposa lhe disse que era bem feito, não deveria d acreditar nessas macumbeiras e sim acreditar em Deus somente.
Passado algumas semanas, ainda abatido com a derrota, resolveu tirar satisfação da velha cartomante:
_ Eu vim aqui porque a senhora me mentiu, disse que suas cartas não mentem, que meu time seria campeão do mundo e o meu time perdeu na estréia do campeonato!!!!
_ Meu filho, eu lhe disse que o campeão do mundo ia ser Inter com certeza, não disse que ia ser o seu time, e você não me perguntou, saiu festejando antes de lhe dizer que era Inter de Milão.
Tristeza de uns, felicidade de outros, os gremistas dizem que são Mazembe desde pequeninos.


Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, baseado no conto "A Cartomante" de Machado de Assis.

Fernanda Vestfahl